A hemodiálise, suas características e vantagens

Publicado em 04 de outubro de 2016 por Allãn Passos.

A hemodiálise pode ser considerada uma grande evolução no tratamento de doenças renais, que tempos atrás eram praticamente uma sentença de morte ao paciente. Basicamente, trata-se da troca de um órgão vital para nossa sobrevivência por uma máquina, que substitui quase que integramente as funcionalidades desempenhadas pelos rins. Se pensarmos na impossibilidade de algo semelhante para outros órgãos como pulmões, fígado e coração, já temos a dimensão da importância desse procedimento.

Se o seu rim não funciona corretamente, seu organismo irá acumular resíduos que fazem mal à saúde e reter substâncias que, em excesso, são prejudiciais, como o sal e o açúcar. Por isso é preciso que de uma maneira alternativa essas toxinas sejam retiradas do nosso organismo e o sangue seja limpo e filtrado.  É exatamente esse trabalho que é feito através de uma máquina.  A hemodiálise também controla a pressão arterial e ajuda o corpo a manter o equilíbrio de substâncias como sódio, potássio, uréia e creatinina.

A hemodiálise é indicada para pacientes com insuficiência renal aguda ou crônica graves e o tratamento deve ser feita após orientação do médico especialista em doenças dos rins, o nefrologista.

Como funciona?

A máquina que vai filtrar o sangue do paciente é conectada a ele através de um tubo (cateter) ou de uma fístula arteriovenosa e o sangue é bombeado até o dialisador, que é o local onde ocorre a retirada do líquido e das toxinas em excesso, com o uso de uma membrana semipermeável, para que o sangue seja “devolvido” limpo ao paciente.

O processo de limpeza do sangue é dinâmico e contínuo, formando uma circulação dentro do sistema, entre o sangue cheio de toxinas e o líquido da diálise. Ambos atuam através da membrana semipermeável que permite que esse trabalho de troca de moléculas seja feito e com a presença de heparina, que evita que haja coagulação do sangue no meio deste processo.

Quando o procedimento ocorre através de uma fístula arteriovenosa , que pode ser feita com as próprias veias do paciente ou com materiais sintéticos, através de uma pequena cirurgia no braço ou perna, é realizada uma ligação entre uma pequena artéria e uma pequena veia, para que a veia fique mais resistente às agulhas usadas da hemodiálise e para que não haja complicações.

Já o cateter de hemodiálise é um tubo colocado em uma veia no pescoço, tórax ou virilha. É usado normalmente como uma opção temporária para os pacientes que não têm uma fístula e precisam fazer diálise.

 Algumas dúvidas

A Hemodiálise deve ser feita para o resto da vida?

Normalmente sim. Em conjunto entre paciente e médico nefrologista o procedimento pode ser alternado para a diálise peritoneal , e vice-versa, ou mesmo pode ser feito um transplante renal, dependendo das condições clínicas do paciente.

Quanto tempo dura a hemodiálise?

O processo varia de acordo com cada paciente e seu quadro específico. Normalmente, a hemodiálise dura quatro horas, e é feita três ou quatro vezes por semana. Dependendo da situação clínica, o tempo de cada sessão varia entre 3 e 5 horas e a periodicidade também vai entre duas vezes por semana até diariamente, dependendo da situação de cada caso.

Fazer hemodiálise dói?

Normalmente não. O paciente pode sentir dor leve no momento da punção da fístula com as agulhas. Quanto aos efeitos colaterais, no geral, os pacientes são sentem nada, mas pode ocorrer queda da pressão arterial, câimbras ou dor de cabeça. Em todos os casos, os pacientes são acompanhados por um médico e uma equipe de enfermagem durante o procedimento.

E quanto a dieta?

A hemodiálise substituiu boa parte das funções realizadas por um rim, mas não todas. Por isso, quanto a alimentação, é fundamental seguir as recomendações e restrições para a ingestão de alimentos passadas pela equipe médica que acompanha a situação para o sucesso do tratamento.

A quantidade de líquidos e alimentos que o paciente pode ingerir varia caso a caso, também em função do estado nutricional da pessoa, da quantidade de urina produzida e de fatores como a presença de doenças associada, como diabetes.

É importante ressaltar que todas as clínicas de diálise têm equipes compostas por  nutricionistas, enfermeiros e médicos para orientar o paciente para uma dieta específica de acordo com o caso em questão.

Quem faz hemodiálise pode trabalhar?

Sim, mas cada caso é avaliado de acordo com a situação clínica do paciente e dos horários das sessões.

E viajar?

Também. No Brasil, assim como em vários países do mundo, existe um sistema chamado  “Hemodiálise em Trânsito”. Com isso, a clínica de origem do paciente que viaja passa as informações do tratamento para a clínica no local de destino para que o procedimento tenha continuidade normalmente.

Qualidade de vida

A hemodiálise permite ao paciente com doenças renais crônicas e agudas uma vida muito próxima da normalidade, com a possibilidade atividades cotidianas de trabalho, lazer e esporte. Assim que iniciado o tratamento, o paciente apresenta melhora em sintomas anteriores como falta de apetite, indisposição, cansaço e náuseas, o que contribui para o aumento da qualidade de vida.

© 2012 Copyright, todos os direitos reservados.
Sociedade Mineira de Nefrologia.
Design by Thiago Peixoto
Avenida João Pinheiro, 129
Nossa Senhora da Boa Viagem
30130-183 :: Belo Horizonte/MG
T. (31) 3247-1616 :: nefrologia@ammg.org.br