Entendendo a epidemia de febre amarela em MG

Publicado em 02 de fevereiro de 2017 por Allãn Passos.

Em Minas Gerais, o último caso humano autóctone (quando a doença é contraída dentro do estado) de Febre Amarela silvestre havia ocorrido em 2009, no município de Ubá, e evoluiu para cura. Porém, no início de 2017, foram notificados casos suspeitos de febre hemorrágica em municípios das regiões de Teófilo Otoni, Coronel Fabriciano, Caratinga, Manhumirim e Governador Valadares, com a ocorrência de morte de primatas, conhecida como epizootia.

Os primeiros casos da doença neste ano foram registrados em Ladainha – cidade da região de Teófilo Otoni, sendo que a maioria dos pacientes teve início dos sintomas entre 8 e 14 de janeiro. Ladainha também é a cidade com o maior número de mortes registradas até o momento (foram 10 somente em Janeiro). Até o dia 2 de Fevereiro foram notificados 777 casos de Febre Amarela, sendo que 138 são casos confirmados. Em relação aos óbitos, há 128 óbitos suspeitos. Desses, 51 foram confirmados.

O surto de febre amarela já é o mais letal da história do país desde o início dos registros, em 1980, quando começou a série histórica de acompanhamento da doença pelo Ministério da Saúde. Dos diagnósticos confirmados, 87% são de homens.

O número é atualizado diariamente pela Secretaria de Estado de Saúde Minas Gerais, após às 17h30, que divulga os Informes Epidemiológicos da Febre Amarela.

Clique e acompanhe os dados atuais da Febre Amarela em Minas Gerais

 

Manejo Clínico da Febre Amarela

A SES/MG elaborou um protocolo para normatizar o manejo clínico, incluindo a abordagem diagnóstica e terapêutica nos três níveis de atenção, estabelecendo o fluxo de acompanhamento dos casos suspeitos e confirmados da doença, que podem ser acessados abaixo:

Ações do Estado

Desde o início da epidemia, uma série de ações tem sido realizadas para controlar o surto como a ampliação da oferta de vacina aos viajantes não vacinados que se destinem à Área Com Recomendação de Vacina no Brasil (ACRV) ou para países com risco de transmissão, pelo menos 10 dias antes da viagem.

No dia 12 de Janeiro de 2017, o decreto Nº 20, declarou Situação de Emergência em Saúde Pública Regional na área de abrangência das Unidades Regionais de Saúde de Coronel Fabriciano, Governador Valadares, Manhumirim e Teófilo Otoni. Foi criada a Sala de Situação com o objetivo de monitorar as ações administrativas

A Secretaria de Saúde do Estado informou que têm sido realizadas parcerias com a definição de fluxos de atendimentos em hospitais de referência nas principais regiões afetadas pela Febre Amarela. Foram abertos 122 novos leitos para a febre amarela, com perspectiva de expansão de mais 48 nas regiões de Teófilo Otoni, Caratinga, Manhuaçu e no Hospital Eduardo de Menezes, na capital mineira.

Hospitais referência em tratamento da Febre Amarela em MG
Teófilo Otoni e região
Hospital Santa Rosália
Hospital Bom Samaritano
Caratinga e região
Hospital Nossa Senhora Auxiliadora
Casa de Assistência a Saude Unec
Ipatinga e região
Hospital Márcio Cunha
(Foram criadas 10 vagas de UTI amarela para receber os pacientes com febre hemorrágica)
Manhuaçu e região
Hospital César Leite
Belo Horizonte e região
Hospital Eduardo de Menezes

 

Além disso, no site da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais é possível acompanhar mais dados e informações sobre a doença, vacinação materiais de campanha e divulgação, entre outros.

Dúvidas sobre a Febre Amarela

O que é?
A Febre Amarela é uma doença infecciosa grave, causada por vírus e transmitida por mosquitos, tanto em áreas urbanas e silvestres. Em áreas florestais, os principais vetores são os mosquitos Haemagogus e Sabethes.

Período de risco
A doença costuma ocorrer com maior frequência entre os meses de Dezembro e Maio, normalmente período mais chuvoso do ano, o que contribui para a proliferação do vetor.

Sintomas
Normalmente quem contrai a doença não chega a manifestar sintomas ou eles ocorrem de maneira muito fraca. Febre alta, calafrios, cansaço, dores musculares e de cabeça, náuseas e vômitos por cerca de três dias são indicativos da doença. Mas, ocorrem casos mais graves em que após um curto período de sensação de bem estar, o paciente pode ter complicações como insuficiências hepática e renal, icterícia (olhos e peles amarelados), manifestações hemorrágicas, entre outros. Normalmente o quadro evolui para cura e o paciente fica permanentemente imune à Febre Amarela.

Muitos casos tem evoluído de forma grave para um quadro de insuficiência renal, sendo necessária a realização do tratamento de hemodiálise precoce e em caráter de urgência.

Imunização
A medida mais importante no combate à Febre Amarela é a prevenção, que ocorre através da vacina, disponibilizada pelo SUS em toda rede. Para tomar a vacina é preciso procurar a Unidade Básica de Saúde (conhecida como posto saúde). A imunização é recomendada principalmente para as pessoas que moram ou vão viajar em área rural, silvestre ou de mata.

A vacina de Febre Amarela (vírus vivo atenuado) não deve ser aplicada em pacientes imunossuprimidos, como por exemplo os transplantados renais.

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